Minha vida andou tumultuada nos últimos meses, a ponto de me afetar de tal maneira que decidi, já a algum tempo, rever minha forma de levar a vida.
O fator "tempo" é meu inimigo, o fator "sono" idem.
Esses dois fatores juntos me enfraquecem, e é preciso enfrentá-los, já não posso me dar ao luxo de me entregar como fazia quando não tinha responsabilidades e deixar a vida seguir por si só.
Tentei ser disciplinada, não foi fácil. Tudo que eu começava, não conseguia levar até o final.
Quando decidi parar e buscar em mim todas as lições de organização que aprendi, que li, que ouvi por aí, que me ensinaram e na época eu não precisava dar atenção, cheguei à conclusão que tinha muita coisa que eu fazia de errado. Busquei então o conceito mais sábio: o da simplicidade.
Aderi à simplicidade quando vi que com dois filhotinhos eu não dava conta da casa
e a casa é pequenininha, e isso fazia com que eu me sentisse mal, uma péssima mãe e dona de casa.
Usei a simplicidade ao decidir fazer uma coisa por vez, não mais. Algo que não levasse tempo, que me daria a sensação de que eu estava conseguindo colocar as coisas em ordem. E consegui.
Se desse tempo de só passar a vassoura na casa, ou arrumar aquela gaveta bagunçada, era isso que eu fazia. Se não desse, paciência.
Só agora depois de tantas semanas de persistência é que consegui montar meu menu semanal, na verdade o meu menu é quinzenal, era aí que eu errava, quando tentava fazer somente o menu da semana.
Meu primeiro passo foi listar as receitas que eu sabia fazer (poucas) e as que meu filhote e marido mais gostavam. Ambos são seletivos e não gostam de variedade, daí minha habilidade ao longo do tempo ir diminuindo à ponto de não gostar mais de cozinhar.
Segundo passo considerar que tem de haver na refeição, além do feijão e arroz obrigatórios, uma carne, uma verdura crua e um legume cozido, e um suco. Não somos adeptos de sobremesa.
Terceiro passo considerar as cinco cores que devem ter no prato,
tenho fixação por isso de tanto que já li antes de ser mamãe, mas considero isso algo positivo e que persigo.
Quarto passo
e era justamente nesse que meu cardápio semanal ía para o brejo: simplificar.
Sim, simplificar. Eu tentava planejar para os sete dias da semana um menu diário que acabava se tornando impossível de ser realizado devido a minha falta de tempo. Para uma refeição razoável é necessário no mínimo uma hora e meia, sem interrupção. Precisava temperar a carne, temperar o feijão, picar os legumes, picar a salada, fazer o suco, o arroz fresquinho dia sim, dia não e mandar tudo isso para o fogo, limpar a pia, lavar os utensílios usados, olhar os dois filhos pequenos... Não tinha tempo.
E daí, que a alimentação era repetitiva e sem graça.
Pensei então:
- Vou mudar aos poucos: cada dia uma salada com
uma opção,
um legume cozido, o suco e pronto; arroz e feijão era garantido.
Ex.: arroz branco, feijão carioquinha, salada de alface, mandioquinha cozida ou no vapor, suco de uva.
Eita! E a carne? A parte mais trabalhosa. Como temos um bebezinho que já come conosco, a carne sempre é cozida, raramente entra fritura. E o segredo para ganhar tempo está aí, o legume é cozido junto com a carne, seja carne vermelha ou frango, até o peixe com batata entra na roda.
Cardápio simples, rápido, cinco cores, todos os grupos alimentares presentes e gostoso. É assim nos quinze dias: posso usar quinze legumes diferentes, quinze saladas em tempos alternados, as carnes em quinze preparações também DIFERENTES. Fico livre para usar todos os alimentos necessários nesse tempo.
Aí sim, fiquei feliz com meu menu.
Algumas dicas são valiosas nesse momento:
- deixar a carne descongelando
- o feijão de molho na água
- deixar os legumes ralados ou pré-cozidos
- o tempero caseiro em duas versões (só de alho, óleo e sal e outro com acréscimo de cebola e coentro)
- o suco pode ser com polpa ou Maguary
- a salada já fica pronta para ser picada e temperada (já foi lavada, higienizada e seca na centrífuga) é só tirar o que vai ser consumido.
Assim tenho inspiração para fazer tudo rápido e gostoso e dar atenção aos meus dois pequerruchos bagunceiros.
Sempre de maneira simples.