Se tem uma coisa que tira nossa alegria de viver, é viver "cheias" de expectativas.
E pôxa vida, é só o que temos: expectativa para que o dia seja bom, que a comida seja gostosa, que arrume um emprego (bommm)
logo, que o marido/namorado perceba que mudamos a estante de lugar e que pintamos nossa unha de um tom um tantinho mais clarinho hoje, que o filme que eu vou assistir seja muito bom, que o pedreiro/eletricista/gesseiro tenha entendido
direitinho tudo o que eu expliquei, expectativas que certa pessoa reconheça o sacríficio que estamos fazendo por ela, enfim cada um tem a
s sua
s, é do ser humano acreditar no futuro e sonhar, mesmo que a realidade esteja a léguas de distância, acredita que com fé tudo é possível... Expectativas, expectativas e mais expectativas...
Relaxar um pouquinho e deixar a vida nos levar, nem pensar! Tô errada?
E nem sempre o que queremos acontece, então ficamos tristes, extremamente tristes, nos sentimos traídos e desamparados pelo destino que fez piada com a gente, nos dando algo que não pedimos e nem estávamos preparados para receber.
Essa bendita expectativa nos faz ficar cegas quanto às oportunidades que nos cercam, simplesmente porque fixamos nossa vontade em algo e pronto, acabou a paz de espírito. E para piorar fazemos isso com o perfeccionismo sendo o protagonista, por que não sabemos sonhar sendo simples, não senhora, sonhamos com estilo e quando caímos do cavalo, ficamos... deprimidas.
Eu senti isso a meses atrás, e não foi uma ou duas vezes que vi minhas expectativas frustadas, foi uma sequência dolorosa, uma trás da outra, a ponto de fazer com que eu perdesse a confiança em mim e na minha habilidade de conduzir a vida. Mas o tempo é o melhor dos remédios,
porque também é tipico do ser humano esquecer, e também habituada como estou
de nos momentos de crise profunda a sair dela no passado, me ajudam sempre a reconhecer esses momentos. Mas infelizmente, é só depois de muiiita dor
diga-se semanas, é que paro e me pergunto "Ô! tenho mesmo que passar por isso? Saí fora! Não quero! E minha opção é por mim, e não por ninguém ou situação ou objeto, ou nada". Saio desse coma com esse único objetivo, e sobrevivi lindamente. Transformada, porém tranquila.
Mas é claro, tudo tem seu preço, e nesse caso não sou eu que pago. Quando decido por mim, abro mão total da situação: não quero mais, não penso nela e não me importo com ela, então me sinto leve, liberta.
E isso serve para qualquer situação, desde a mais insignificante até a mais delicada.
Essas últimas semanas estão, enfim, me deixando mais tranquila depois de tanto tumulto
e por eu segurar as rédeas da expectativa e de fazer o esforço hercúleo de manter a organização doméstica e pessoal tão difícil de serem seguidas entrarem na linha à força.
Não me incomodo tanto se as coisas não saem como eu quero, simplesmente paro, analiso o que a vida me trouxe, vejo se pego ou se ignoro, se dou uma choradinha para aliviar
ufa! não ando precisando, sinal que estou obtendo resultados. É difícil, muito difícil, mas é muito pior nos ver no fundo do posso e simplesmente nos deixar lá, por favor, vá se resgatar! Seja sua própria heroína, como já é todo santo dia e não percebe.
A sensação é de leveza e vontade de gargalhar de alegria, pode isso? Mas é assim. Então, estou aprendendo a gostar do que tenho e não do que posso ter. É isso. Se não posso mudar, me adapto e faço o melhor que posso.
É esse patamar de evolução que temos que alcançar, devagar, mas com firmeza. E rédeas firmes na expectativa.